Faça um "release" me dizem, e com razão... pois não quero que saibam de mim? Sim! Mas como escapar da banalidade quase intuitiva desse serviço fatídico?
Bom, fatos tenho alguns, mas o modo de narrá-los vai os tornar mais atraentes? Dizer que estudei Publicidade na PUC, Música na UNI-RIO... Dizer que toco com o cantor/compositor Leoni há seis anos, e com ele já gravei discos e DVDs.... Dizer que por alguns bons anos estive à frente (ou ao lado) da banda =reverse=, e com eles tive alguns feitos como duas músicas muito bem executadas na rádio (sem jabá graças a Deus), muitos downloads de true-tones quando isso era realmente novidade, festivais como o Mada (RN) e HPP (Rio), Banda Antes MTV, Palco MPB e por aí vai... Dizer que tenho um estúdio, um bom estúdio e que funciona, porque faz publicidade além de música... Blá blá blá...
Releases são chatos porque parecem entrevistas de emprego e, na boa, música não tem RH... Se é pra contar minha história, conto a da minha música, por dentro, e lá vai:
Comecei a tocar violão por influência de meu pai. Admirava sua habilidade pra "tirar" as mais complexas harmonias "de ouvido". Os acordes dissonantes da bossa nova pareciam simples pra ele, era a praia do meu pai. Pois bem, genética é sempre impressionante, e a habilidade foi transmitida a mim, talvez um tanto mais branda, e eu a usava pra recriar versões dos riffs do grunge, então em alta na minha adolescência. Nessa época, eu achava que era artista.
Mas o fato (e o fardo) é que minha trajetória como artista vem amadurecendo bem mais lentamente do que minha musicalidade, que brotou cedo vigorosa como a puberdade. Agora, na recém chegada casa dos 30, é que percebo mais claramente o que é o tal "ser artista", o que é querer defender pontos de vista e traços pessoais de personalidade através da arte, da música. E a leveza e o gosto que isso traz.
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